quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

VERDADE ABSOLUTA.

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Em política não existe verdade absoluta. Seria esta uma frase pronta e acabada? Para o sempre nublado, portanto indefinido, cenário político de Mossoró, RN, esta frase deveria cair como uma luva perfeita ou, na melhor das hipóteses, quase perfeita. Sim porque esta conclusão, em forma de bifurcação, só por só, já mostra a quase verdade oriunda da referida frase inicial.
Basta observar, por exemplo, a ânsia do velho e persistente grupo/família e seus respectivos subgrupos políticos, cada um com seu modus faciendi, mas todos eles com isonômica voracidade nas atuações e, igualmente, nas perenes ocupações dos espaços/cargos cada vez mais minguados. A divisão em grupos é estratégia para eles e somente eles ocuparem os espaços/cargos com poder de mando. Não há interesse direto em ocupar cargos considerados penduricalhos, segundo e terceiro escalões, por exemplo, já que estes cargos são estrategicamente reservados àqueles que sobrevivem, conscientemente, mediante relação de vassalagem.
Em cada eleição observa-se que o bolo (cargos) está ficando pequeno para um número sempre crescente de pretendentes, via de regra, da mesma família. Afinal, na política mossoroense, não obstante existirem robustas razões, o que é fato é que não existe vontade (necessidade) para se discutir competência: sobrenome é sinônimo de preparo. Eis ai uma frase que mostra uma meia verdade. Não! Em verdade, mostra uma inverdade.
Não me recordo, nem nunca li, quando foi que Mossoró elegeu seus representantes políticos através de eleições que tiveram como pano de fundo uma ampla discussão sobre projetos e compromissos voltados exclusivamente para o crescimento quantitativo e qualitativo de Mossoró. Seria esta uma citação com conotação utópica? Em princípio, pode-se dizer que sim. No entanto, basta contar até cinco (ou seis) para se concluir que não devemos cobri-la com o manto da impossibilidade.
Para tanto, basta observar que às eleições municipais deste ano de 2012, vislumbra-se a possibilidade de existirem três (3) candidaturas ao Poder Executivo postas para o povo de Mossoró se manifestar, a saber: duas (2) candidaturas vinculadas à família citada alhures, e que há mais de sessenta (60) anos detém a hegemonia política do município, e uma terceira candidatura, que tende a ser envolta por forte apelo popular, cujo nascimento se deu nas hostes do Partido dos Trabalhadores (PT).
Sem se deixar levar pelo ímpeto bem assim por manobras de última hora (que quase sempre terminam por dar uma espécie de descaminho às eleições em Mossoró), o eleitor, hoje mais do que nunca, precisa votar analisando a proposta defendida por cada um dos candidatos, sem, no entanto, deixar de vincular cada uma delas às origens e a prática do respectivo candidato, evitando, assim, tardiamente, perceber que fora iludido por uma meia verdade e que vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes.

HERBERT MOTA
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