Este governo petista é muito confuso. Disse que iria privatizar os aeroportos mais movimentados, mas a Infraero fica com 49% do controle e os fundos de pensão de estatais ficam com 74% do restante. Mas pediram autorização dos donos dos fundos de pensão, os funcionários de estatais? Que raio de privatização é essa, em que o governo, direta ou indiretamente, fica, ele mesmo, com a quase totalidade do investimento? Nos vencedores da dita privatização não há nenhum grande operador internacional, como Fraport e Zurich.
A Iata, entidade que reúne as 280 maiores empresas do mundo, denuncia a falta de transparência no processo e diz que a inflação no preço da compra, comemorado pelo governo, não conseguirá ser compensado apenas com a exploração dos três aeroportos e acabará em novos encargos e impostos para os passageiros. Oderbrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez viram que era uma fria entrar na privatização e caíram fora.
Minhas dúvidas e perplexidades só têm aumentado com relação à política governamental e os aeroportos. Inicialmente, foi a desmilitarização do controle de voo, sem levar em conta que nossos aeroportos têm dupla utilização, civil e militar. Agora, a privatização (parcial) e desnacionalização dos aeroportos mais importantes, ficando a estatal Infraero administrando os aeroportos menos rentáveis e até os deficitários. Ou seja, aliena-se o filé mignon e mantêm-se os aeroportos de segunda categoria. Nos aeroportos privatizados, a Infraero será acionista minoritária, mas, seguramente, continuará "carregando o piano".
Os argumentos da privatização não têm a mínima consistência: 1 - Copa do Mundo, Olimpíadas (em Viracopos não haverá competições esportivas); 2 - Necessidade de aporte de recursos privados: o País tem recursos para construir 12 estádios para a Copa, mas não tem para ampliar 3 aeroportos? Mas o BNDES não vai financiar os novos concessionários? 4 - Necessidade de experiência internacional: temos condições de fabricar e exportar aviões, mas não sabemos fazer obras de construção civil? Está tudo bagunçado com essa privatização dos nossos aeroportos.
Vejo que na relação das obras que a que devem ser executadas no Aeroporto de Brasília até a Copa de 2014 não consta a construção de um edifício-garagem, mas apenas a ampliação do estacionamento de superfície, que, por sinal, é muito caro e sem qualquer tipo de segurança para os donos dos veículos que ali estacionam.Vale para os novos donos que repensem o assunto e construam uma grande garagem, pois o aeroporto de Brasília é o terceiro do Brasil em movimentação de passageiros.fonte Luiz Solano
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