domingo, 14 de outubro de 2012

Obras do aeroporto de São Gonçalo é criticada pela grande imprensa



Revista Veja denuncia abandono das obras do aeroporto da Copa 2014 Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, pista de 3 quilômetros e nada mais


Foto: Arquivo
O aeroporto de São Gonçalo do Amarante é um projeto emblemático. Foi idealizado em 1996 pela Infraero – estatal que administra a maioria dos aeroportos brasileiros – e pelo Exército. Ao longo de quinze anos, a dupla tentou executar a obra, mas sem sucesso. Em 2010, diante da saturação do aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim (RN), e a escolha da cidade como sede da Copa, o governo federal decidiu testar uma fórmula audaciosa: a privatização completa do novo aeroporto como forma de tentar fazê-lo sair do papel. O leilão ocorreu em junho de 2011 e a obra foi arrematada pelo Inframérica – o mesmo consórcio que, no início deste ano, saiu vencedor na licitação do Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. Formado pela empresa brasileira Engevix e a argentina Corporación América, o grupo pagou 170 milhões de reais para tocar o projeto no Rio Grande do Norte – valor que representou um ágio de 228,82% sobre o lance mínimo fixado pelo Palácio do Planalto. Inicialmente, a obra deveria ser entregue apenas no final de 2014, mas o consórcio resolveu adiantá-la para lucrar com a operação durante o Mundial.
São muitos os obstáculos que impedem que a obra saia do chão e se transforme em um aeroporto para 6 milhões de passageiros. Fosse apenas o problema da passagem do tempo, que por si só já é grave, alguma solução haveria. O consórcio poderia, por exemplo, instituir três turnos de trabalho para acelerar o cumprimento dos prazos. Mas há questões burocráticas e administrativas que evidenciam dois pontos preocupantes: a falta de preparo do setor público para trabalhar na velocidade exigida e as dificuldades do setor privado – ou seja, dos consórcios – em cumprir requisitos exigidos não só pela Anac, mas também pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é o grande financiador das obras.
A governadora do estado, Rosalba Ciarlini (DEM-RN), não concedeu entrevista ao site da revista Veja. Informações colhidas junto a interlocutores revelam, no entanto, que ela tem demonstrado grande preocupação com a possibilidade de Natal não conseguir cumprir sua parte nas obras de mobilidade e infraestrutura para a Copa. Em entrevista ao site de Veja, Demétrio Torres, que é secretário de assuntos relacionados à Copa no governo potiguar, afirmou que as licitações para os acessos a São Gonçalo do Amarante já foram feitas e que as obras devem começar em breve. “Tudo ficará pronto dentro do previsto. Estamos trabalhando para isso”, afirmou.

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