A nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, revelou em depoimento a uma pesquisadora de Ciências Sociais que fez um "curso de aborto" na Colômbia após fundar, em 1995, a entidade Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. A entrevista, feita em 2004, e trazida a público, deve alimentar as pressões de integrantes da bancada evangélica no Congresso Nacional pela demissão da ministra.
Setores religiosos vinham atacando Eleonora nos últimos dias, por causa de sua posição a favor de descriminalização da prática do aborto. Na conversa de oito anos atrás, Eleonora Menicucci contou ainda que se submeteu a seu segundo aborto, em 1970, por decisão tomada em conjunto com a organização clandestina na qual militava, o Partido Operário Comunista, um dos grupos de esquerda que participaram da luta armada durante o regime militar.
No depoimento, a ministra afirma que foi para a Colômbia aprender a fazer aborto pelo método AMIU - Aspiração Manual Intrauterina. Segundo ela, a entidade feminista da qual participava tinha como objetivo que as mulheres se "autocapacitassem" para "lidar com o aborto" mesmo que não tivesssem conhecimentos de medicina. O curso de "autocapacitação" foi feito quando Eleonora já havia se submetido a dois abortos feitos por médicos de esquerda.
Presa política nos anos 70, fez o exame pré-natal, porém não sabia quem era o pai da criança. O depoimento também traz relatos da vida sexual da nova ministra durante a época em que viveu na clandestinidade. Ela revela, por exemplo, que as mulheres do grupo guerrilheiro só podiam fazer sexo com pessoas da própria organização, por questão de segurança.
Pelo que pude apurar, foi convocada pela presidente Dilma Rousseff para começar um trabalho junto ao Congresso Nacional para que o aborto seja legalizado no Brasil.
Sem comentários:
Enviar um comentário